sábado, 16 de abril de 2011

Comida: um grande problema

Estou recém completando minha primeira semana por aqui. Mas já há algo que me preocupa: a comida. Além de ser cara (normalmente, se você converter para o real, os produtos aqui têm um preço muito maior), os irlandeses têm hábitos alimentares bem diferentes dos brasileiros. Só que, para mim, comer bem (ou seja, nos horários certos e de maneira saudável) sempre foi algo extremamente importante. Na Irlanda, não se almoça, como no Brasil, apenas se faz um lanche (sanduíche é o mais popular).
No supermercado, só há comida pré-pronta. Existe até salada já embalada num saquinho e com molhos (aliás, tudo tem molhos artificiais e cheios de gordura). Na maioria das vezes, são mercados pequenos e não há açougue.
Estou há uma semana comendo sanduíche no almoço e não aguento mais (mesmo variando o recheio e o tipo de pão todo dia). E não tente procurar um restaurante. Simplesmente não há. O que existe são pubs, que oferecem comida. Mas, normalmente, coisas fritas ou, no máximo, um ensopado. Os restaurantes que existem são de guetos, de chineses, de mexicanos, etc, para tentar matar a saudade de casa.
Hoje à tarde, fui na feirinha na Moore Street (é perto da O'Connell). Diariamente, lá se vendem uvas, kiwis, morangos a um preço camarada. Comprei um cacho de uvas sem sementes (deve dar quase um meio quilo) por um euro (algo extremamente barato por aqui). Só que, quando fui comer, vi que a uva estava verde. Aliás, todas as frutas do mercado são verdes  (ao menos, as que eu comi até agora).
O que me salvou foi que achei, numa galeria da Moore, um mercadinho brasileiro! Vendem arroz, feijão, mandioca, cortes de carne, e até erva-mate. Falei com um dos donos, um paulista que mora há 11 anos aqui. Ele e um amigo têm a mercearia há dois anos. A galeria é reduto de mercados e restaurantes de estrangeiros. O dono do mercadinho me deu dicas preciosas sobre comida: há dois restaurantes brasileiros na cidade (embora um, ele me alertou, seja bem caro) e uma mulher que faz viandas para entregar (ele me deu o telefone dela, Dona Dalva. Certo que vou ligar para ela amanhã mesmo). Se não for muito caro, vou comer a refeição da Dona Dalva todos os dias. Se for, ao menos uma vez por semana.
Pela Moore, achei também um açougue (irlandês mesmo). Não tinha visto nenhum ainda. Ah, só uma curiosidade: as carnes ficam expostas na vitrine voltada para rua, como numa loja. Moore Street: muito produtiva a visita a essa rua para quem quer comida de verdade.
Com tanta comida artificial e cheia de sódio, não é de se admirar que grande parte dos irlandeses esteja acima do peso. Ainda não vi nenhuma academia de ginástica por aqui (quem faz exercício, corre ou anda nas centenas de parques da cidade). Eu estava acostumada a fazer natação no Brasil e isso já está me fazendo uma falta enorme. Mas, como eu estou andando muitíssimo para conhecer a cidade, não tenho vontade de correr no parque ao final do dia. Chego sempre exausta em casa.

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