Resolvi reunir algumas dicas de como viajar pela Itália, especialmente para Roma, Veneza e Florença.
Bom, se você for com a Ryanair, vai pousar no aeroporto de Ciampino, que é secundário (o principal aeroporto de Roma é Fiumicino). De Ciampino, tem dois jeitos de chegar ao Centro: ou com transporte público ou com ônibus de uma empresa privada. No público, você pega um ônibus da Cotral saindo do aeroporto e vai até o metrô de Anagnina. De lá, pega o metrô linha A até Termini. Os dois tickets saem por 2,4 euros e a viagem vai levar cerca de uma hora e meia. Indo com o ônibus da empresa Terravision, você paga quatro euros (one way ticket) e para direto em Termini, numa jornada de uns 40 minutos (ou seja, dá para economizar tempo).
Ainda sobre transporte: em Roma, só tem duas linhas de metrô e que não atendem toda a cidade. Isso porque como Roma é cheia de catacumbas e tesouros arqueológicos no subsolo, não dá para ficar escavando. Mas o ônibus urbano custa só um euro e dá para chegar em qualquer canto.
Viajei de trem entre Roma, Veneza e Florença. Foi bem tranquilo. Se você quiser, dá para comprar o tíquete pela internet. Mas eu, sinceramente, acho que não tem necessidade. Dá para deixar para adquirir na hora. Na verdade, para garantir que eu conseguiria viajar no horário que eu queria, eu comprava no dia anterior, ao chegar na estação de trem, já pegava o da próxima viagem. Tem máquinas de auto-serviço (Biglietto Veloce) em todas as estações. Dá para escolher o idioma (inglês ou espanhol, se você não entender italiano) e é bem fácil de usar. A máquina dá troco de até 100 euros ou aceita cartão de crédito. Ao chegar na estação, confira nos painéis de que binário sairá seu trem, daí é só embarcar no vagão (carozza) determinado no bilhete. Ah, antes de entrar, lembre de convalidar o bilhete numa das máquinas laranjas junto aos binários (terminais). Se passar o fiscal e você não estiver com bilhete convalidado, paga multa.
Aliás, todo bilhete tem que ser convalidado na Itália. Nos ônibus, tem uma máquina. Até antes de entrar no Vaporetto (o barco-ônibus em Veneza) tem que convalidar o bilhete.
Voltando ao trem: existem trens regionais, que são mais lentos e mais baratos, e trens rápidos e mais caros (Freccia). Por exemplo, entre Roma e Veneza, o trem comum demora sete horas e custa 40,50 euros. Já o Freccia demora três horas e meia e custa 76 euros o bilhete de segunda classe (eu viajei na segunda classe, é bem tranquilo). Nessa viagem, entre Roma e Veneza, tem diversas paradas no caminho, como Pádua, Rovedo, Bolonha, entre outras. Entre duas cidades que são perto só há trens regionais, mas aí o precinho é super camarada. Por exemplo, para ir de Florença para Pisa dá uma hora e custa 5,90 euros.
Na hora de escolher sua estação, esteja atento porque algumas cidades grandes têm mais de uma. Em Roma, a estação central é Termini. Em Florença, se chama Santa Maria Novella. Em Veneza, tem a estação Veneza Mestre, que fica no continente, e Veneza Santa Lúcia, que fica em Veneza ilha mesmo (ou seja, escolha Veneza Santa Lúcia).
Em Veneza (ilha) não entra carro ou motos. Então, o meio de transporte é o barco. O “ônibus” se chama Vaporetto e custa 6,50 euros por viagem. É vantagem comprar o tíquete válido por horas (como eu fiquei lá dois dias, comprei para 48 horas). Se você tiver até 31 anos, pode adquirir o cartão Rolling Venice e ter desconto na compra desse bilhete de Vaporetto e também em museus e outras atrações turísticas. O cartão é vendido nas bilheterias do Vaporetto mesmo. Ah, com o Vaporetto mesmo se vai até as outras ilhas, como Murano, Burano ou Torcello, e há linhas noturnas.
Onde se hospedar: em Roma, é bom ficar no Centro ou em Trastevere, daí dá para fazer tudo a pé. Mas junto à estação de Termini não é uma opção ruim. Já que de lá partem diversos ônibus, e também tem metrô, além de trens para outras cidades. Florença é bem pequena. Em qualquer lugar, será um bom lugar. Em Veneza, na ilha, é a mesma coisa (eu fiquei em San Polo, mas San Marco ou Canaregio tbm são bacanas). Só tenham um pouco de cuidado ao escolher hostel na Itália, porque como as cidades são muito antigas, então, tem muito prédio em péssimas condições. Muitas vezes, quando a propaganda diz “localizado num prédio histórico” pode significar “localizado num prédio caindo aos pedaços com chuveiros que não funcionam”. Recomendo muito o hostel Archi Rossi, em Florença, o melhor que já fiquei na Europa. Limpo, organizado, com banheiros para deficientes em todos os andares, com jantar vendido a um preço camarada, com água e comidinhas vendidas a preço de custo, computadores com internet rápida e de graça (tbm tem wireless de graça) e até uma fontezinha de água num jardim no pátio.
A Itália é cara, de um modo geral. Tem exceções, como o transporte público (ônibus em Roma a um euro). Porém, os hosteis são caros. Não se encontra um decente por menos de 30 euros por noite. A comida depende. Uma pizza (para uma pessoa) costuma sair por entre seis e 15 euros. Se optar por uma taça de vinho em restaurantes fica na faixa de três euros. Mas comprando em mercados, dá para achar por até de dois euros a garrafa.
Se você não fala italiano, não se preocupe. Nessas cidades turísticas, vendedores em lojas e mesmo o povo pelas ruas falam inglês ou espanhol.
A Itália, e especialmente Roma, tem fama de ser um dos lugares onde os turistas são mais furtados. Por isso, atenção aos seus pertences (mas, eu particularmente, não vi nada por lá. Achei Paris bem pior. Em Paris, eu encontrei várias pessoas que me contaram que tiveram a carteira furtada). Até ao comprar o bilhete de trem na máquina na Itália, a primeira tela é um aviso para ficar de olho na sua carteira enquanto adquire o tíquete. Outra fama negativa é a respeito dos taxistas. Eu não peguei táxi, mas todo mundo diz que eles sempre cobram preços exorbitantes de turistas. Então, é melhor se informar de quanto é o preço da corrida antes de embarcar.
No verão, a Itália é muito quente, passa dos 30ºC fácil, mesmo no Norte (o Sul, então, nem se fala). Agosto é o mês mais insuportável, segundo os romanos (ou seja, melhor não ir para lá nessa época, porque fica difícil andar na rua). Ah, tem fontes de água por todos os lados jorrando o tempo inteiro, e dá, sim, para tomar. Todas são de água potável e bem geladinha. Ou seja, encha sua garrafinha.
Ah, esse é o site do trem: http://www.trenitalia.com/ Como eu disse, não tem necessidade de comprar pela internet, mas dá para usá-lo para checar os horários.
Espero ter ajudado.
Qual o ostel que você ficou em Veneza?
ResponderExcluirO nome é Sweet Dreams, Ursula. Era um pequeno hotel, com apenas um quarto compartilhado para mulheres. De um casal de orientais bem solícitos. Abraços.
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