quinta-feira, 19 de maio de 2011

Cozinhando em Dublin...

É quase impossível não cozinhar na Europa (hábito não muito frequente para mim no Brasil). Uma porque os restaurantes são caros, outra porque não oferecem muitas opções que agradem o paladar de um brasileiro (uma coisa é ser turista, outra completamente diferente é morar num outro país...). Ah, e também porque, no almoço aqui, ninguém come uma refeição de verdade, os irlandeses só fazem um lanche (não dá para ser feliz vivendo assim...). No Brasil, eu estava acostumada a comer coisas saudáveis. Os irlandeses ingerem muita coisa industrializada.
A carne é cara aqui. E não tem exatamente o mesmo gosto. Num mercadinho barato, três bifes estavam por sete euros (algo como R$ 16,80). Ou seja, estrangeiros não costumam comer muita carne. 
As frutas também são caras. A maioria é importada, pequena e verde. As bananas (da Costa Rica) são difíceis de descascar. E elas passam do verde para o podre (não tem o estágio do maduro, sabe?). Eu já tinha falado aqui: a feira da Moore Street é um dos melhores lugares para comprar frutas. Mas, cuidado, você não pode escolhê-las. Ou elas já vem num saco (não existe esse negócio de preço por quilo. Aqui até bananas são vendidas por unidade) ou o feirante é quem escolhe para você. Só que, no meio, virão várias frutas podres. Outro dia, comprei kiwis e tive que jogar três direto no lixo.
Uma das informações mais trocadas entre estrangeiros é qual a promoção do dia em cada supermercado. Diariamente, as redes oferecem alguma verdura, carne ou outro produto a bons preços. A informação circula e lá vão os imigrantes atravessar a cidade em busca de tomates por 0,80, ovos por um euro, coxas de galinha por dois. Ah, e você tem que ir comprando as coisas aos poucos mesmo pq nunca há mto espaço em geladeiras e armários. Além de serem pequenos, são divididos por muitos moradores (aqui em casa são seis). Eu, por exemplo, tenho metade de uma prateleira da geladeira e uma prateleira de um armário. Mas conheço gente em outras casas que possui espaço bem menor. Ou seja, é impossível estocar comida. Você, obrigatoriamente, vai ao supermercado a cada dois dias.
Preparar o cardápio de uma semana inteira também não é fácil. Isso pq, como as coisas são caras e não há todos os ingredientes do seu país natal, vc tem que fazer malabarismos para ter uma dieta balanceada. 
Outra dificuldade: não há fogões à gás. Todos são elétricos (tipo esse aí da foto, que é o aqui de casa). É uma chapa ligada na luz, que demora a esquentar e depois demora para esfriar. Só no terceiro dia, consegui acertar o arroz pq deixar no meio do termostato não quer dizer fogo médio aqui.
Como eu estudo até meio-dia, minha casa fica a mais de meia hora caminhando da escola e a cozinha é dividida com outras cinco pessoas, optei por sempre fazer janta que sobre para o almoço seguinte. Então, levo num potinho e aqueço no microondas da escola.
Vcs não imaginam a saudades que tenho de comer nos restaurantes de Caxias...

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