domingo, 29 de maio de 2011

Festival de soul music no Merrion Square


Hoje, o dia foi de ir ao festival de soul no Merrion Square (perto da escola de onde estudo). Em vários lugares da cidade, havia apresentações de bandas entre sexta e domingo (algumas de graça, outras pagas). Esse da Merrion era na faixa. Muito legal. O parque lotado de gente sentada na grama, curtindo o som. Crianças dançando (sim, o povo aqui tem mtos filhos).
Encontrei uns amigos brasileiros, uma colega italiana e mais um espanhol amigo de um casal de paulistas.
Isso é uma das coisas legais da Europa. Agora, com a chegada do verão, os festivais vão pipocar por toda a Irlanda. A medida que vão acontecendo, vou contando por aqui.

sábado, 28 de maio de 2011

Museu de Arte Moderna e exposição Frida Kahlo



Fui visitar o Museu de Arte Moderna de Dublin nesta sexta-feira. Para começar, o prédio é fantástico. Construído em 1684 para ser o Royal Hospital Kilmainham. Por mais de 250 anos, foi uma espécie de asilo para soldados aposentados. O estilo do prédio é similar ao do Les Invalides, em Paris. Aos fundos, há um jardim lindo. A construção foi restaurada pelo governo a partir da década de 1980 e abriga o Irish Museum of Modern Art desde 1991.

A entrada do museu é de graça. Há gravuras, fotos do Bloody Sunday dos anos 1970, pinturas. Também sempre há uma exposição especial (paga). Até 26 de junho, obras dos pintores mexicanos Frida Kahlo e Diego Rivera (marido dela) podem ser vistos por cinco euros (normal) e três (estudantes). Mas, atenção: na sexta é de graça (pq será q eu fui na sexta? Ahah). Vale a pena para quem curte a Frida (uma das mais maiores pintoras do mundo). Tem os famosos autorretratos (achei o máximo uma frase dela, algo como: "eu pinto autorretratos pq estou sozinha a maior do parte do tempo e pq eu sou a pessoa que eu melhor conheço"), quadros com um pé no surrealismo ("eles acham que eu sou surrealista. mas eu nunca pintei sonhos. eu sempre pinto minha própria realidade"), gravuras e fotografias. Vale a pena ver a exposição da mulher que namorava homens e mulheres, que teve três abortos, que sofreu um acidente de trem, que pintava mesmo ter educação formal para aquilo... Frida.
Veja fotos:
https://picasaweb.google.com/101126651209934567449/Dublin27052011#

quarta-feira, 25 de maio de 2011

Quer aprender inglês? Pergunte-me como

Não é tão fácil assim incorporar o inglês, mesmo morando num país estrangeiro. Claro, mais fácil aqui do que no Brasil. Mas não pense que o simples fato de você ter aterrissado em uma terra estranha vai fazer de você alguém que falará muito bem o idioma local. Praticamente todos com quem eu falo (não só brasileiros) dizem que esperavam ter melhorado muito mais o inglês do que realmente o fizeram no período que estão aqui. Isso por vários motivos: se você não estudar em casa, não vai fixar tanta coisa; em muitas lojas, você é "atendido" por máquinas; a maioria dos estrangeiros convive muito com pessoas da mesma nacionalidade ou, ao menos, da mesma língua. Além de português, eu tenho falado muito espanhol (meu espanhol é melhor do que meu inglês), porque há muitos sul-americanos (argentinos, venezuelanos e chilenos) e espanhóis vivendo em Dublin.
Acima de tudo, aprender, de verdade, um idioma é uma questão de tempo. E, ao chegarmos num outro país, sempre temos uma expectativa acima das reais possibilidades. Ninguém aprende inglês por "osmose".
Ler jornais, revistas ou livros (o importante é escolher algo que você realmente goste de ler) ajuda muito. Outra dica é assistir filmes com a legenda em inglês. Eu já fazia isso no Brasil antes de vir para cá. Aqui, fiz carteirinha da biblioteca pública para poder locar filmes em DVD de graça e ver no computador. (Na aula, o professor também sempre passa filmes, mas sem legenda.) Ah, eu já tinha contado aqui: comprei um livro de gramática para estudar e fazer exercícios em casa. Tento fazer algumas páginas por dia, ao menos. Mas nem sempre tenho tempo.
Tempo... É uma coisa que passa voando aqui. Já estou na Irlanda há quase dois meses. Ir para aula, fazer compras, cozinhar, limpar a casa, lavar roupas, estudar, ver filmes, conhecer lugares, conversar com os amigos e com os companheiros de apartamento, falar na internet com família e amigos no Brasil, atualizar o blog... Quando vejo, sempre já é meia-noite, uma hora da manhã... Por isso, não há tempo a perder. Eu vim para cá para melhorar o meu inglês, é é isso que vou fazer.
Se eu já sinto mudanças: claro, sinto. Não tanto quanto eu esperava. Mas já estou mais "solta" ao falar e posso me virar sozinha (fui para Londres sem companhia e consegui tomar trem, metrô, chegar no hotel, conhecer a cidade, não?). Porém, muito além de melhorar seu inglês, você aprende a ser mais confiante com uma experiência como essa. Tenho certeza que, ao final destes seis meses, eu serei uma pessoa melhor.

Protesto de produtores rurais

O povo adora um protesto na Europa. Quase todo dia, você encontra gente com cartazes na mão, fazendo passeatas. Sempre pacíficas e com escolta da polícia, para controlar o trânsito. Hoje pela tarde, centenas de produtores rurais, vindos de diversas regiões da Irlanda, foram às ruas centrais de Dublin reivindicar ações do governo para que eles consigam melhores preços. Como parte do protesto houve distribuição de leite, batatas fritas e sanduíche de presunto (claro, que, nós, estudantes desempregados, fomos para a fila para pegar. Ahah).
Conversamos com um dos produtores que participava da marcha. O fazendeiro, que cria porcos, contou que, hoje, do preço final do produto no supermercado, ele recebe só 17%. Há alguns anos atrás, disse que o percentual do produtor chegava a 40%. Se a situação continuar assim, cada vez menos gente vai querer continuar no campo e não haverá mais produtores rurais, alegam eles. Muda o continente, mas o problema é parecido com o Brasil, não?

segunda-feira, 23 de maio de 2011

Barack Obama em Dublin

Na semana passada, eu vi a rainha da Inglaterra. Hoje, vi o presidente dos EUA, Barack Obama. Tô chique, não? Ahaha. Ou melhor, eu só ouvi o Obama e vi depois o carro dele passar. Isso, em parte, por culpa da falta de organização do evento. O presidente dos EUA chegou esta manhã na ilha para uma visita de seis dias pelo continente europeu. Nesta terça, parte para Inglaterra.
Primeiro, Obama visitou Moneygall, vilarejo no interior da Irlanda, onde nasceu um dos seus antepassados. Pela tarde, houve esse ato público, na College Green, ali para os lados do Trinity College. O povo podia ficar pela rua, mas, pasmem: só havia uma única entrada, um único acesso e muito mal divulgado. Eu havia lido nos jornais, então até tinha ideia de onde seria (mas os periódicos daqui nunca oferecem muito "serviço" dos eventos. Aquele famoso infográfico do Brasil mostrando a rua, o palco, onde acessar, etc, nem pensar!). Só que o acesso não era extamente por aquela rua que o jornal informava (era outra ao lado). E não havia nenhuma placa em lugar algum orientando para onde ir. Em cada esquina, você encontrava dezenas de pessoas caminhando em todas as direções, tentando saber para onde ir. Eu e o Vitor, baiano de Salvador, entramos em várias ruas até descobrir a certa. E não tente perguntar informações à Polícia (a Garda), ou são mal educados e nem respondem ou não sabem.
Finalmente, chegamos no lugar era possível ter acesso à rua. Só que você tinha que esperar a Garda liberar um grupo para entrar. Quando acessamos a primeira "sala de espera", aguardamos por mais de uma hora. Só então, soubemos que era proibido entrar com mochilas. Nós dois estávamos com mochilas (eu tinha saído direto da escola para lá). Como vi várias pessoas que também carregavam esse tipo de bolsa, fui perguntar para um guarda: mochilas são permitidas? Ele me respondeu que sim. Ai, meu Deus! Quanta desinformação! O alto-falante diz que não, o guarda diz que sim. Well, os caras de um hotel ali na rua nos ofereceram, por três euros, guardar as mochilas lá. Pensei: ih, será que vão roubar minhas coisas? Só que eu tinha muita tralha na bolsa (não dava para levar tudo na mão) e voltar para casa estava fora de cogitação (muito longe e já estava quase na hora do evento). Well, tirei celular, chaves, dinheiro, máquina fotógrafica e minha mochila ficou no hotel.
Passamos pelo primeiro cercadinho. Tinha que esperar em outro. Dpois, em mais outro. Só que o louco era o seguinte: ninguém te revistava para passar. E quando abria, os guardas continuavam formando uma barreira humana que só permitia que uma pessoa passasse por vez entre dois deles. Finalmente, chegava-se ao ponto da revista. Só então painéis informavam que bebidas, comidas, carrinhos de bebês, sombrinhas e mochilas eram proibidas. Detalhe: bolsas de mulher eram permitidas e não eram revistadas. Então, você pode colocar uma bomba numa bolsa, mas não numa mochila (fica a dica, terroristas!). Bem legal. Ao lado desse ponto, pilhas de mochilas, sombrinhas e garrafas, perfumes, desodorantes abandonados. Como já tava em cima do horário, não fomos revistados. E tinha muita gente entrou de mochila numa boa. O IRA ou algum grupo extremista só não fez um atentado na visita da rainha ou do Obama porque não quis. Tinha milhões de policiais por tudo, todas as ruas estavam trancadas alterando a vida de quem estuda ou trabalha, mas você passaria tranquilamente com uma bomba se quisesse.
Bom, entramos na College Green. Quando eu havia lido sobre o endereço do discurso do Obama, pensei: vão montar o palco no meio da rua, em frente à faculdade. Beleza. Mas, não, o palco ficava na sede do Bank of Ireland (não na frente, no vão, dentro do prédio). É uma construção que fica na esquina no início da rua. Ou seja, somente quem estava exatamente em frente ao banco conseguia ver Obama. Quem estava logo atrás, em frente ao segundo prédio da rua não conseguia enxergá-lo se não fosse pelos telões. O som também estava bem do ruinzinho, com ecos. Ah, e não sei porque, a rua não estava tomada pela multidão. Entre cada grupo de pessoas, havia um espaço vazio, separado por grades de ferro. Entendem? Um pouco de multidão, grade, um baita espaço vazio, grade, mais um pouco de povo, grade, espaço vazio... Quando acabou o evento, descobri que poderíamos ter ficado muito mais perto, já que havia três destes "vácuos" entre o lugar onde estávamos (que era consideravelmente perto do banco) e o palco.
Obama estava acompanhado pela mulher Michelle - chiquérrima, mesmo com o eterno vento irlandês que insistia em levantar sua capa e seu vestido. O seu discurso foi naquelas de relembrar o seu sangue irlandês, de dizer que os EUA é uma nação de imigrantes, formada também pelos irlandeses, e de levantar o ânimo do povo, dizendo que melhores tempos virão (vide crise econômica). Muito simpático como sempre, Obama desceu do palco, ao final do discurso, cumprimentou pessoas na multidão, pegou bebê no colo e, o mais engraçado, atendeu o celular que alguém do público passou naquelas "mãe, vou te passar o Obama". Ahaha.
Só para encerrar a história: sim, a mochila estava lá no hotel sã e salva (ahaha. Brasileiro sempre é desconfiado. Temos uma malícia que o europeu não tem). Ah, e na saída, tinha muita gente procurando entre as mochilas e pertences abandonados se havia algo aproveitável. Ahaha.
Segundo li na internet, 30 mil pessoas foram ouvir o discurso do Obama. Mas, sério, nunca tinha visto um evento tão desorganizado. Totalmente desnecessário ficar segurando as pessoas para entrar, idiota o lugar do palco. E depois dizem que aqui é primeiro mundo...Como falou o Vitor: "vem para o Carnaval de Salvador, que eu te ensino como é lidar com multidão." Ahaha.
Veja fotos: https://picasaweb.google.com/101126651209934567449/Dublin23052011#
Assista vídeo com trecho do discurso de Obama (só para sentir o clima): http://www.youtube.com/watch?v=bDAAxHqKCcw

Red Bull Flugtag or Take an umbrella, just in case

Lição do dia: sempre, absolutamente sempre, tenha uma sombrinha na bolsa na Irlanda. Eu já sabia disso. Mas resolvi esquecer hj. Fui a Dun Laoghaire, região de porto, mas um pouco afastada do centro, para ver o Red Bull Flutag. É aquela competição maluca onde os inscritos têm de inventar pequenos aviões, saltar de uma plataforma e tentar "voar" sobre o mar. Claro que a grande maioria cai direto na água (gelada). É idiota, mas até que é engraçado. E a Red Bull distribui plaquinhas para o público dar notas, de 0 a 10. Divertido. Ah, Dun Laoghaire é um lugar bem bonitinho. Vou voltar lá outra hora para passear e fazer umas fotos.
Bom, voltando para o começo da história: quando saí de casa, por volta de 12h30min, o céu estava de um azul lindo, sem nuvens praticamente, mas o vento era extremamente forte (como sempre). Pensei: ah, não vai chover. Vou tirar a sombrinha da bolsa para levar um peso a menos (afinal, aqui eu caminho muito e sempre com uma mochila extremamente pesada). Grande erro.
Enquanto estava caminhando para a parada de ônibus, cheguei a achar que estava agasalhada demais para o lindo dia. Já na parada, do nada, o céu fechou, e começou a chover muito.  Entrei num supermercado para me proteger. Quando o ônibus chegou, parou de chover. Ao chegar em Dun Laoghaire, fazia sol, mas o vento era gelado. Então, eu estava com frio e achei que estava agasalhada de menos. Lá pelas tantas começou a chover. Muito e gelado. Não havia onde me proteger. Fiquei toda molhada e com os pés frios, pois usava sapatilhas. O público começou a deixar o lugar. Parou a chuva. Encontramos uns amigos da escola. Voltou a chuva.
Esse é o clima em Dublin (um dos piores do mundo, acho. Pior só neve eterna ou deserto). E olha que hoje foi um dia bem agradável pela média do tempo irlandês.
Ah, só para encerrar minha saga: como todo mundo resolveu sair ao mesmo tempo do evento da Red Bull, o trânsito ficou completamente parado em Dun Laoghaire (coisa rara na Irlanda). Normalmente, o ônibus faz o caminho até o centro em 45 minutos. Levamos mais de duas horas.
Algumas fotos: https://picasaweb.google.com/101126651209934567449/Dublin22052011#

domingo, 22 de maio de 2011

Kilmainham Gaol, museu-prisão

Fui conhecer a Kilmainham Gaol, no sábado. É uma antiga prisão, agora um museu. Fica em Dublin 8, ali pelos lados da Guinness, do St James Hospital. O prédio construído em 1796 serviu como cadeia até a década de 1920. Ou seja, aprisionou líderes de diversas revoltas frustradas pela independência da Irlanda.
Os principais articuladores do levante de 1916 ficaram presos lá e foram executados no pátio da Kilmainham. A prisão também servia para mulheres e crianças. Gente que roubou três fatias de pão ou algumas batatas também foi parar na cadeia.
Esse é um passeio legal de fazer se o seu nível de inglês já é bom. Porque a visita é guiada. O guia lhe conta muitas histórias (e isso que é o bacana do passeio) sobre a cadeia, que, são, em sua essência, a história do país. Então, se você recém-chegou à Irlanda e seu inglês não é muito bom, eu recomendo esperar para ir à cadeia.
Ah, é baratinho: estudantes pagam só dois euros. Adultos, seis. Diariamente, visitas entre 10h e 16h40min (nesta época do ano).

quinta-feira, 19 de maio de 2011

Cozinhando em Dublin...

É quase impossível não cozinhar na Europa (hábito não muito frequente para mim no Brasil). Uma porque os restaurantes são caros, outra porque não oferecem muitas opções que agradem o paladar de um brasileiro (uma coisa é ser turista, outra completamente diferente é morar num outro país...). Ah, e também porque, no almoço aqui, ninguém come uma refeição de verdade, os irlandeses só fazem um lanche (não dá para ser feliz vivendo assim...). No Brasil, eu estava acostumada a comer coisas saudáveis. Os irlandeses ingerem muita coisa industrializada.
A carne é cara aqui. E não tem exatamente o mesmo gosto. Num mercadinho barato, três bifes estavam por sete euros (algo como R$ 16,80). Ou seja, estrangeiros não costumam comer muita carne. 
As frutas também são caras. A maioria é importada, pequena e verde. As bananas (da Costa Rica) são difíceis de descascar. E elas passam do verde para o podre (não tem o estágio do maduro, sabe?). Eu já tinha falado aqui: a feira da Moore Street é um dos melhores lugares para comprar frutas. Mas, cuidado, você não pode escolhê-las. Ou elas já vem num saco (não existe esse negócio de preço por quilo. Aqui até bananas são vendidas por unidade) ou o feirante é quem escolhe para você. Só que, no meio, virão várias frutas podres. Outro dia, comprei kiwis e tive que jogar três direto no lixo.
Uma das informações mais trocadas entre estrangeiros é qual a promoção do dia em cada supermercado. Diariamente, as redes oferecem alguma verdura, carne ou outro produto a bons preços. A informação circula e lá vão os imigrantes atravessar a cidade em busca de tomates por 0,80, ovos por um euro, coxas de galinha por dois. Ah, e você tem que ir comprando as coisas aos poucos mesmo pq nunca há mto espaço em geladeiras e armários. Além de serem pequenos, são divididos por muitos moradores (aqui em casa são seis). Eu, por exemplo, tenho metade de uma prateleira da geladeira e uma prateleira de um armário. Mas conheço gente em outras casas que possui espaço bem menor. Ou seja, é impossível estocar comida. Você, obrigatoriamente, vai ao supermercado a cada dois dias.
Preparar o cardápio de uma semana inteira também não é fácil. Isso pq, como as coisas são caras e não há todos os ingredientes do seu país natal, vc tem que fazer malabarismos para ter uma dieta balanceada. 
Outra dificuldade: não há fogões à gás. Todos são elétricos (tipo esse aí da foto, que é o aqui de casa). É uma chapa ligada na luz, que demora a esquentar e depois demora para esfriar. Só no terceiro dia, consegui acertar o arroz pq deixar no meio do termostato não quer dizer fogo médio aqui.
Como eu estudo até meio-dia, minha casa fica a mais de meia hora caminhando da escola e a cozinha é dividida com outras cinco pessoas, optei por sempre fazer janta que sobre para o almoço seguinte. Então, levo num potinho e aqueço no microondas da escola.
Vcs não imaginam a saudades que tenho de comer nos restaurantes de Caxias...

quarta-feira, 18 de maio de 2011

Eu vi a rainha! E os portugueses

Eu vi a rainha da Inglaterra passando pela rua. Ela até abanou para mim! Ahaha. Mas, na verdade, a visita da rainha Elizabeth II não tem sido mto divertida para quem vive por aqui. Ruas trancadas, policiais te revistando, etc. Qdo eu estava voltando para casa, com compras de supermercado, tive que ficar esperando porque uma rua que eu obrigatoriamente teria que cruzar estava fechada. Então, a rainha passou. E me abanou (pela segunda vez. Ela já tinha me abanado em Londres, lembram? Ahaha). Estava num carro preto, com vidros escuros, acompanhada pelo marido (Não haverá aparições públicas da monarca - aquela coisa de ser saudada pela multidão com bandeirinhas e tal - em Dublin pelo receio de atentados).
Só que Elizabeth foi ao Centro de Convenções de Dublin, que fica perto da minha casa, ou seja, mais ruas trancadas pela frente. Mas cheguei no meu apto, finalmente.
A cidade também está diferente pelos milhões de portugueses nas ruas (nossa, eu nem sabia que tinha tantos portugueses em Portugal, quanto mto tantos torcedores do Braga ou do Porto. Ahaha). Sério, o Centro está tomado por eles, com suas camisetas e mantas dos dois times, cantando hinos de torcida. Ah, claro, os portugueses tbm ficaram trancados nas ruas por causa da rainha.
Hj, é a final da Uefa Liga Européia, entre os dois clubes lusos. O estádio (Aviva Stadium) é perto da minha casa, mas do outro lado do rio. Eu e outros brasileiros devemos ir a um pub nas proximidades do estádio para ver o jogo.
Dublin nunca esteve tão agitada.

segunda-feira, 16 de maio de 2011

Visita da rainha Elizabeth II, final da Uefa e Barack Obama

Dublin está diferente essa semana. A rainha Elizabeth II chega amanhã, terça-feira, para uma visita que segue até sexta. Há milhares de policiais pelas ruas (10 mil, para ser mais exata). Várias vias já estão com estacionamento proibido. O parque em frente à escola onde estudo, o Merrion Square, está fechado. Bueiros estão sendo lacrados e lixeiras são retiradas para evitar ameaças de bomba. A North Wall Quay, rua que margeia o rio, e o O2 Theatre, perto de onde moro, estão cheios de policiais.
Essa será a primeira vez que um monarca britânico visita a Irlanda desde 1922, quando o país se tornou independente do Reino Unido. Na verdade, a última visita real havia sido em 1911, do Rei George V, avô de Elizabeth II, ainda quando o país pertencia à Coroa britânica. Alguns consideram essa vinda da rainha como uma espécie de reconciliação. Entretanto, para uma significativa parcela dos irlandeses, a visita é desnecessária. Uma das principais críticas é quanto aos gastos do país com a segurança real. Os jornais daqui falam de 30 milhões de euros (isso para uma nação afundada em dívidas). Houve vários protestos pacíficos pelo Centro contra a vinda da monarca.
A rainha estará acompanhada do marido, princípe Philip, o Duque de Edimburgh, e visitará locais como o Garden of Remebrance (jardins dedicados aos que morreram pela liberdade da Irlanda) e o Croke Park Stadium (onde 14 civis foram mortos por tropas britânicas durante uma partida de gaelic football em 1920, no episódio que ficou conhecido como Bloody Sunday, ou Domingo Sangrento, numa revanche aos assassinatos de 14 soldados ingleses naquele mesmo dia, durante a guerra pela independência). Conforme o Irish Independent, a visita atrairá mais de mil jornalistas.
E o burburinho na cidade não para por aí. Na quarta-feira, tem a final da Uefa Europa League. Os times portugueses Porto e Braga se enfrentarão no Aviva Stadium (ou seja, a cidade deve ficar tomada pelos turistas portugueses). É a primeira vez que a Irlanda irá sediar a final de uma competição europeia de futebol.
Finalizando, embora que ainda não tenha visto confirmação oficial: o presidente dos EUA Barack Obama deve chegar na segunda. Já vi pela rua cartões postais e camisetas da visita de Obama. Os irlandeses estão orgulhosos com a vinda do presidente americano. Isso porque um antepassado de Obama saiu do vilarejo de Moneygall, interior da Irlanda, para emigrar para os EUA. Ou seja, eles o consideram um pouquinho irlandês também.

O vento, o rio e a roda-gigante

Estou morando numa região perto do porto e do Liffey River, fica num cantinho do Centro. Como é perto do mar e do mar, venta muito (em Dublin, o vento gelado nunca cessa). Nos últimos dias, está até difícil caminhar contra o vento (eu sou magrinha). E é preciso andar com os olhos quase fechados para não entrar poeira. Não quero nem ver no inverno...
Essa é uma região cheia de escritórios e sem muitos prédios residenciais. A minha rua é a última antes do porto e está meio deserta ainda, com muitos terrenos baldios ou prédios em construção. Diferente do coração do centro, com seus prédios históricos e centenários, nessa parte da cidade o que se vê é uma arquitetura moderna, como no Centro de Convenções. O calçadão junto ao rio é bem agradável e as pontes dessa região igualmente têm design mais arrojado, como a Samuel Beckett Bridge, que eu cruzo todos os dias para ir à escola.
Ah, também tem uma roda-gigante por aqui (deve ser inveja da London Eye. Ahaha).

quinta-feira, 12 de maio de 2011

Estilo europeu de se vestir


Se, ao associar as palavras Europa e moda, logo você pensa em glamour, você está totalmente errado (ao menos falando de streetwear). O que mais se vê nas ruas é um estilo bem largado (tipo, não estou nem aí para minhas roupas). Para as garotas, o look mais popular é vestido, ou blusa e saia, com meia-calça (tanto a preta, básica, como aquelas rendadas ou decoradas). Absolutamente todas as gurias usam isso (eu já costumava me vestir assim no Brasil, mas, especialmente para ir em festas. Qdo eu usava no dia-a-dia, as pessoas ficavam me olhando na rua. Ahaha).
Aqui, ninguém se importa se a meia-calça está rasgada (claro q tem aquelas que são propositalmente detonadas, como estilo. Mas, se vê mto quem não tem essa intenção, que está só com um furo ou dois feitos por acidente - coisa imperdoável no Brasil).
As meninas amam os vestidos ou shortinhos bem curtos (beeem mesmo. Em Londres, vi adolescentes com a pontinha das nádegas aparecendo, mas aí eu já acho demais para o bom gosto). Mas elas não fazem isso pelo sexy, é só estilo mesmo.
Vestidos com estampas florais (aquelas pequeninhas) e fluídos estão em todas as vitrines e ruas (Ok, não resisti. Comprei o meu hj. Ahaha). Ah, não se preocupe em combinar estampas. As garotas aqui misturam padrões que tradicionalmente não andam de mãos dadas. Mas, funciona, acredite (dentro dessa proposta, claro).
Os casacos ou blusas são bem folgados, soltinhos. Moletom com capuz também faz sucesso (inclusive com o look saia-meia calça-tênis).
As européias se maquiam mto, mesmo para o dia. Especialmente olhos são bem marcados (esfumaçados de preto. Algumas, optam tbm por sombras em tons fortes de azul ou rosa, por exemplo).
No pé, o que pega mesmo é o tênis. Ou sapatilha. Quase todo mundo usa vestido e tênis (algo meio Lily Allen, sabe?). A regra é o conforto. Em dias quentes, as gurias dispensam as meias e, nos pés, lá estão as Havaianas (sim, brasileiras).
Para o cabelo, o lance é não pentear muito (ou, ao menos, parecer assim). Coque ou trança "mal-feitos" são boas opções. Muitas meninas usam o cabelo liso, mas um pouco levantado com mousse. Para as londrinas (mais do que para as irlandesas), aquele enfeite de cabelo com plumas, estilo Kate Middleton, ainda está valendo.
O mesmo look do dia é o da noite. Já que os pubs são a diversão mais popular e começam a função de tarde, logo depois do horário de trabalho da maioria. Ou seja, não dá tempo de passar em casa para trocar de roupa.

quarta-feira, 11 de maio de 2011

Biblioteca pública: livros, DVDs, wi-fi e conversação de graça

 Hj, me cadastrei numa biblioteca pública (que fica dentro do shopping da Henry Street (tbm tem entradas pela Parnell e pela Moore). Não tem taxa alguma para fazer sua carteirinha. Vc pode retirar até oito títulos por vez. Livros são devolvidos em três semanas (mas podem ser renovados), filmes em uma semana. Tbm dá para levar seu laptop e acessar a rede wi-fi de graça.
A biblioteca disponibiliza salas para sessões de conversação em inglês e outros idiomas (espanhol, francês, polonês, etc...).
É um suporte bacana para ajudar a melhorar seu inglês e o melhor, de graça.
Confira a lista de onde há bibliotecas públicas em Dublin: http://www.dublincity.ie/RECREATIONANDCULTURE/LIBRARIES/Pages/DublinCityLibrary.aspx

Buscando emprego...

Como arranjar emprego em Dublin? Fiz meu currículo em inglês e não menti (como a maioria faz). Disse que sou jornalista, mas óbvio que não pretendo concorrer a um cargo na minha área (para entrevistar e escrever, eu precisaria de um inglês perfeito, coisa que não tenho). Mas, quem vai dar um emprego de garçonete, faxineira ou atendente de delicatessen para alguém que tem curso superior e não fala inglês com perfeição?
Imprimi meus currículos de graça na FAS, agência de empregos (dica: salve seu arquivo numa versão antiga do Word, pq os computadores de lá são pré-históricos. Tive que voltar para casa para converter o arquivo, q não abria). Mas tentei dar uma olhadinha em volta e não vi mais nenhuma placa de "precisa-se" em lojas.
Outro dia, mandei currículo por e-mail, para um anúncio que vi na FAS, para promotor de vendas em supermercados (a moça que te dá uma provinha de um novo produto, sabe?), mas não obtive resposta nenhuma. Well, well. É preciso contatos para conseguir um emprego. Mas, meu problema é que quase todos meus contatos aqui tbm estão procurando por um. E os trabalhos onde não se exige experiência normalmente entram num esquema do governo para auxiliar pessoas desempregadas há mto tempo (irlandeses, claro) cadastrados em uma lista.
Conheço imigrantes que estão aqui há meses e ainda não conseguiram nenhum trabalho. É angustiante não receber nada, só gastar, pq vc não sabe até qdo suas economias podem durar.

domingo, 8 de maio de 2011

Casa nova...

Eu me mudei esta tarde. Saí da host family para um apartamento. São seis pessoas e três quartos. Eu divido com outra brasileira, em outro, há uma húngara e uma coreana, e no terceiro, dois coreanos (mas um deles já está voltando para seu país e parece que vai entrar um esloveno). Já conheci todos (a húngara ainda não chegou. Ela trabalha até bem tarde, mas eu já a tinha visto outro dia). Todos me pareceram legais. Um dos coreanos quis procurar Caxias do Sul no Google, viu fotos e leu sobre a história da cidade. Depois me mostrou onde fica a cidade dele, no sul da Corea. Vamos ver no que dá.

Novas lições

Sexta-feira foi dia de comer a comida da Dona Dalva (viu, Marisol? para vc que tinha perguntado). Dá para quebrar o galho, mas não é a mesma coisa de estar no Brasil. Já que aqui não tem para vender os mesmos temperos (panela de pressão, então, é um parto para conseguir). O cardápio é feijão, arroz, uma carne e mais algo a escolher. Como a porção alimenta duas pessoas, eu e o Vitor, baiano de Salvador que estuda na escola, dividimos. Quando a Dalva me disse, ao telefone (o esquema é de entrega), que a carne era picanha, eu quase tive um treco (uau, picanha!). Mas, na real, era uma carne meio que de panela (ou seja, continuo sentindo saudades da picanha, e de comer no Andrea, no Di Paolo... Aie!!!!).
Devidamente alimentada, sexta à noite, foi hora de ir ao Temple Bar, região cheia de pubs. Não espere encontrar comandas por aqui. Vc paga antes de pegar sua bebida (mas não há ingresso para entrar nos bares). E o povo bebe demais (uma pint, meio litro de cerveja, custa cinco euros, normalmente. Alguns lugares fazem promoção em alguns dias e horários, por dois euros). No Temple Bar, na verdade, há mais imigrantes e turistas do que irlandeses. Encontramos um grupo de adolescentes da Alemanha (que me juraram que lá a idade mínima para beber é 16 anos... Atá...) bem bêbados (um deles sabia quem era o Neymar, o jogador. Ahaha. Outro perguntou se eu era puta. Isso não teve graça nenhuma).
Well, no dia seguinte, sábado, foi hora de comprar coisas para nova casa, edredon, lençóis, travesseiro, toalhas, cabides, comida. Ainda faltam coisas. Me mudo neste domingo. Espero que tudo dê certo.

quinta-feira, 5 de maio de 2011

Livro de gramática

Comprei um livro de gramática inglesa esta semana para estudar em casa. A escola não pede que se compre livros. Eles emprestam lá durante a aula. Mas o professor não "passa coisa no quadro", sabe? Eu vou anotando aquilo que quero. Então, achei que seria legal ter um material de apoio para relembrar coisas.
O livro se chama English Grammar in Use - a self-study reference and pratice book for intermediate students of English, Raymond Murphy, Cambridge. Tem versões tbm para o nível básico e avançado, mas achei que o intermediário estava de bom tamanho.
Nesses primeiras três semanas, não falei tanto inglês. Porque encontrei muitos brasileiros (e, inevitavelmente, vc acaba falando português), algumas pessoas de países hispânicos (eu falo espanhol melhor do que inglês, aí já viu...). Nas lojas, quando vou fazer compras, ou tem máquinas para pagar, ou, no máximo, vc responde para o caixa se quer ou não uma sacola e agradece.
Ou seja, preciso praticar muito mais...

quarta-feira, 4 de maio de 2011

Entendendo a cidade

Dublin é uma cidade pequena (considerando que é a capital de um país). Um turista pode conhecer toda a área central em menos de uma semana. Praticamente tudo está no Centro.
Você já deve ter lido aqui no blog eu falando sobre Dublin 1, Dublin 2, Dublin 18... A cidade está dividida em números, que são os códigos postais. Quanto menor o número mais próximo do Centro. Dublin 1 e Dublin 2 são o centrão (cheio de estrangeiros). Eu estou morando agora em uma casa de família em Dublin 18, é uma área residencial, onde vivem os irlandeses mesmo.
Todos os números pares ficam do lado norte do Liffey River (o rio que corta a cidade). Os ímpares ficam no lado sul. Há quem diga que o lado ímpar é mais pobrezinho. E tbm sempre te aconselham a não morar em casas ou aptos em Dublin 1, especialmente na região de Summerhill e Croke Park, por serem lugares violentos. O meu novo apto fica em Dublin 1, mas em uma área da cidade com prédios recém-construídos, perto do porto e para o outro lado dessa parte considerada mais barra-pesada.
Ah, os lugares têm nome, sim, não são conhecidos só pelo número. Por exemplo, aqui se parte onde estou morando agora se chama Cabinteely.

terça-feira, 3 de maio de 2011

Um pouquinho deprê

A vida de um estrangeiro na Europa não é tão glamourosa assim quanto a maioria das pessoas pensa. Estou aqui há três semanas. E não ganhei um centavo até agora. Só gastei (em euro - multiplique por 2,4 - ou em libra - multiplique por 2,7) o que havia economizado no Brasil (em reais). A vida aqui é cara, comida, transporte. Tenho que arrumar um emprego ou um jeito de ganhar dinheiro nos próximos dias urgentemente.
E, sério, eu não tenho gastado demais. Algumas vezes, chego a não comprar comida e ficar com fome para não gastar.
Tenho saudades das minhas roupas e sapatos que ficaram no Brasil. Eu trouxe poucos (comparando com o que tenho). Tive de comprar roupas aqui (até aquelas bem simples, para ficar em casa). 
O meu padrão de vida está bem menor. No Brasil, eu fazia natação. Aqui, sem exercício (caminho muito para chegar aos lugares, mas eu precisaria de academia ou natação), minhas costas e meus joelhos doem muito, todos os dias, desde que cheguei. Também tenho medo de engordar ou ficar com o corpo feio (vc pode achar boagem, mas isso sempre foi mto importante para mim, sinônimo de saúde). Aliás, minhas unhas já estão horríveis (outra coisa que sempre fiz questão de cuidar). Não sei se é a comida cheia de conservantes ou o tempo eternamente frio, mas todas elas estão quebradas (algo que nunca tinha acontecido no Brasil).
Não aguento mais comer sanduíches e não almoçar (o hábito daqui). E o frio me deixa deprimida. Mesmo com o sol que tem feito nos últimos dias (está claro até quase 22h), o vento é gelado. Tenho dor de garganta (espero q não vire infecção. Tenho tendência a isso. Só que médico para estrangeiro, só particular).
Sem grana, vou ter de dividir quarto com outra pessoa e apto com outras cinco para economizar. Eu já estou em uma idade em que gostaria de ter minha própria casa (isso no Brasil) e não ficar brincando de acampamento.
Tive de adotar outros hábitos que não tinha no Brasil: comprei uma mochila e quase só ando de tênis. Como ando muito, não teria outra solução. Minhas costas estavam doendo tendo que carregar a bolsa em um só ombro. Mas, no Brasil, você nunca me veria de mochila. Ali, eu só usaria tênis para exercício em parques, nunca para sair na rua numa situação normal. Aqui, todo mundo senta pelo chão aqui e vive meio sujo.
Outra coisa: os irlandeses são frios (e feios). Tenho impressão que, se eu desmaiar na rua, ninguém vai dar bola e ainda vão reclamar que estou atrapalhando o tráfego. Mesmo alguns brasileiros não são mto recpetivos. Sinto falta de amigos de verdade.
Dublin é pequena e cinza. Tenho impressão de já ter conhecido toda a área central ainda na primeira semana. Qdo estive em Londres, vi como há mto mais opção lá (só q Londres tbm é fria e cinza).
Glamour? Eu não vi. Mas, claro, que tem as coisas legais, como poder conhecer gente de todo mundo, aprender coisas e viajar.
Sorry. Só um desabafo. Não chorei ainda aqui. Mas, hj, no ônibus, quase me deu vontade.

Fechando apto

Hoje, eu fechei o negócio com a menina do meu novo apto. Aqui na Irlanda, para alugar casa todos pedem um depósito, um espécie de caução. O proprietário cobra dos inquilinos esse valor, que só é devolvido quando entregar o apto (se estiver em boas condições). Mas, como aqui quase todo estrangeiro vive com diversas outras pessoas e sai antes de acabar o contrato, funciona assim: quem está saindo do apto (seja para se mudar para outro ou voltar para seu país) tem que arrumar outra pessoa para ficar no seu lugar. Então, você cobra o depósito dessa pessoa e fica com a grana (entenderam?). Aí, o último a sair e devolver o apto ao proprietário fica com o valor que ele entregará de volta. Só para ficar bem claro: esse valor não é um adiantamento do primeiro aluguel. Ao entrar, vc terá de pagar o depósito mais o primeiro aluguel.
Normalmente, esse depósito é o valor do aluguel. Mas, no meu caso, é maior pq o apto é novo e o proprietário cobrou mais por causa dos móveis recém-comprados.
Espero que as pessoas com quem vou morar sejam legais. Só vi e cumprimentei a húngara e um dos coreanos. Não conheci o outro coreano, nem a coreana, muito menos a brasileira com quem vou dividir o quarto.
Vou ter de comprar lençóis, travesseiros, edredon, cabides e uns potes para comida para minha nova casa. Pretendo me mudar no domingo, quando completo um mês de Irlanda.

segunda-feira, 2 de maio de 2011

Voando de Ryanair

A Ryanair é uma companhia aérea de baixo custo da Irlanda. Uma espécie de ônibus que voa. Ahaha. De graça (ou melhor, com o valor da passagem), só dá para levar a bagagem de mão (e isso inclui só uma peça, ou seja, laptop, máquina fotógrafica ou bolsa de mulher devem  ir dentro da mala). Por cada bagagem de porão tem de pagar. Por isso, a maioria dos estudantes voa só com a peça de mão. Como eu queria levar o laptop para Londres, fui só com o tênis que estava usando e sem mtas opções de roupa (levei só uma blusa de manga curta e fez calor. Raiva!!!).
O passageiro tem de fazer o check-in online (custa seis euros assim. Se fizer na hora, sai por 40 euros). Mas, não-europeus têm de passar pelo balcão da companhia para mostrar o passaporte. O bilhete não informa o portão de embarque nem assento. O primeiro, você olha nos monitores. O segundo, você senta onde tem lugar (sim, acredite). Tente chegar logo, não só para pegar a janela, mas para conseguir lugar para sua bagagem de mão (já que todo mundo leva e o espaço no avião é mínimo). Durante o voo, os comissários de bordo passam oferecendo desde lanche (não tem de graça nem barrinha de cereal) até perfume, raspadinha e cartão de ligação internacional (um camelódramo. Ahaha).
Para quem não sabe, a Ryanair é uma daquelas companhias que fazem promoções de passagens para outros lugares da Europa por um euro, dois euros (mas isso não inclui as taxas. Tudo tem taxa). A minha, eu paguei bem cara pq comprei em cima da hora e era perto da data do casamento real e feriado.
Ah, uma coisa bacana de voar da Irlanda para Reino Unido: não-europeus não precisam passar pelo controle de passaporte na Inglaterra. É só entregar a passagem e deu. Você não é discriminado. Ahaha. Mas, na volta, na Irlanda, tem de passar pela imigração. E fazem algumas perguntas para você. Não sei pq, afinal vc já tem o visto para ficar no país...

domingo, 1 de maio de 2011

Tower Bridge, metrô fechado e Covent Garden

Faz sol em Londres e calor. Mas venta muito. E o vento é gelado. Estou com dor de garganta e  dor no pescoço. Espero não ficar doente (não seria nada legal estar num país estrangeiro, sozinha, e mal).
Decidi conhecer a Tower Bridge neste domingo. Como ontem já havia andado demais, comprei um tíquete para o metrô. Esse tipo de transporte funciona bem quando as linhas estão operando. Não foi o caso de hoje. A Circle Line era minha opção mais fácil. Mas ela estava completamente fechada (e continuará assim amanhã. Era a linha que eu pretendia tomar para chegar a uma estação para pegar um trem para o aeroporto). Well, que solução a não ser pegar outra, mas então, eu precisaria trocar de trem. Também não deu certo. Na segunda linha, parte dela estava também fechada. Tive de descer e ir a pé. Não estava a fim de pegar outras duas para chegar ao destino. Dos males o menor, ao menos, caminhei pelo Tâmisa (adoro andar e ver a paisagem). Encontrei uma daquelas praias londrinas para crianças: numa parte da calçada, colocam areia e a gurizadinha fica faceira brincando.
Cheguei na Tower Bridge, um dos mais famosos cartões postais da capital da Inglaterra. A entrada custa oito libras. Você sobe na torre e caminha nos corredores suspensos que levam até a outra torre. Neles, além de apreciar a vista, há exposição sobre a história da Tower Bridge, do Rio Tâmisa e de pontes famosas do mundo (bah, não tem a do Rio das Antas... Ahahaha). É bacana.
Decidi me aventurar de novo pelo metrô para ir a Covent Garden (dica da minha teacher de inglês, que morou uma temporada em Londres). É bem bacana o mercado de lá. Comi um dos melhores sorvetes q já experimentei (e olha que amo sorvete!). Se alguém for para lá e quiser provar, é na The Icecreamist, uma boutique de ice cream (que chique, né). O cone com dois sabores custa 3,95 libras, mas vale mto a pena. A paella do Hola Paella tbm é boa. O prato pequeno sai por apenas quatro libras.
Do ladinho do Covent Market, tem outro mercado, o Jubilee. Cada dia da semana tem coisas diferentes. Aos sábado e domingos, é artesanato. Comprei uma echarpe por três libras. Tbm fiz uma massagem com uma chinesa no mercado mesmo! Tava precisando. Não conseguia quase nem mexer o pescoço. Agora, consigo (hehe). Tbm recomendo a barraquinha de massagem.
Na volta, quis parar em Nothing Hill, mas adivinha? Sim, o metrô estava fechado. Aiiiiieeee!!!! Desci numa outra estação e fui a pé. Comprei um livro e voltei para o hotel (consegui pegar o metrô dessa vez, depois de esperar que a linha fosse reaberta).
Em Londres, sempre lembre: mind the gap! A linha pode estar fechada. 

Atualização!!! Fotos: https://picasaweb.google.com/101126651209934567449/Londres01052011#
Vídeo (Tower Bridge): http://www.youtube.com/watch?v=XE_zBjXESsU

Madame Tussauds, Abadia de Westminster, etc...

Ainda dolorida pelas sete horas que fiquei em pé no casamento real, no sábado, decidi descobrir Londres a pé. Achei que não era tão difícil, afinal em Dublin, eu ando horrores. Assim, eu economizava o dinheiro do metrô (que de glamouroso não tem nada. É bem sujo). Comecei pelo Madame Tussaudsum dos maiores museus de cera do mundo. Na verdade, eu achava que era beeem maior. (Falando em tamanho, a maioria dos artistas é bem mais baixa do que eu. Ahaha. A Jennifer Lopez e a Cristina Aguilera são anãs perto de mim. O Justin Bieber nem se fala – não me peça o q ele já fez para merecer uma estátua no museu. Ahaha). Mas o Madame Tussauds. é legal, sim. Especialmente pelas atrações além dos bonecos de figuras ilustres.
A câmera do horror é mais para dar risada. Eles anunciam na entrada que pessoas com problemas cardíacos, mulheres grávidas e crianças não podem entrar. Mas nada mais é do que um corredor escuro com atores gritando. Os momentos mais divertidos foram embarcar num carrinho que é um táxi londrino, que leva você a um passeio com figuras tradicionais da cidade. Também achei muito legal o filminho em 4D da Marvel. Superheróis travam uma batalha em cenários de Londres como o Palácio de Buckingham e, claro, o museu. Além dos efeitos de 3D, tem água que respinga nos telespectadores quando um vilão joga um ônibus numa fonte, por exemplo. Ou quando o Homem-Aranha lança sua teia bem “ao seu lado”, você pode sentir o vento passando. A cadeira também te “dá um soco” nas costas quando um herói assim o faz. Para ser criança de novo.
O chato de visitar um museu de cera sozinha é que sempre se tem que ficar pedindo favor para pessoas fazerem uma foto sua com o boneco. Alguns aceitam com cara feia, outros não entendem direito a foto que você quer fazer e outros tiram totalmente fora de foco.
Depois, desci pela Regent Street para dar uma olhadinha nas lojas. Fui na Trafalgar Square sentar nas escadas e ver o relógio que marca a contagem regressiva para as Olimpíadas de 2012. Dei uma voltinha pela London Eye (mas não andei, não vejo graça em roda gigante). Passando pelo Big Ben, cheguei na Abadia de Westminster. A fila para entrar estava enooooorme, dava a volta por trás da igreja. Normalmente, as visitas encerram às 15h aos sábados, mas, no dia seguinte ao casamento, a abadia ficou aberta até 20h30min. Como não há visitação no domingo (e na segunda, vou embora), lá fui eu para fila. São 16 libras para entrar. Mas vale a pena. A igreja é algo inacreditável. A arquitetura cheia de detalhes. Há centenas de tumbas lá dentro, no chão, nas paredes. Reis, nobres, escritores famosos, como Lord Byron, Lewis Carrol, e até o evolucionista Charles Darwin. Algo numa louco. A maioria das sepulturas é riquíssima em detalhes. Óbvio que eu passei pela nave central e fui até o altar onde o casamento real havia acontecido no dia anterior. Aliás, além do valor da entrada, a igreja está faturando com souvenirs do casal real (eu já comprei meu imã de geladeira, bem brega, em forma de coração, com a foto de William e Kate. Ahaha).
No caminho de volta ao hotel, passei de novo no Palácio de Buckingham (é caminho). Lá, encontrei o Marcos Losekann, correspondente da Globo em Londres, gravando uma passagem. Ahahah.

Atualização!!! Fotos: https://picasaweb.google.com/101126651209934567449/Londres30042011#