sexta-feira, 17 de junho de 2011

Madrid: para comer de verdade

Sabe amor à primeira vista? Quando coloquei o pé para fora da estação Ópera do metrô (meu primeiro contato com Madrid ao sair do aeroporto de Barajas), eu soube que estava certa no meu desejo: a Espanha é um país que vale a pena conhecer. Meu hostal ficava bem em frente ao mercado de San Miguel. Lá fui eu andando. Primeiro, uma parada no mercado, óbvio. Eu me perdi entre os sorvetes, tapas, frutas, paellas. Finalmente, comida de verdade! Com gosto (diferente da Irlanda). Vale muito a pena conhecer esse mercado. Não é muito grande, mas lota no fim do dia. De quinta à sabado, fica aberto até 2h da manhã. Nos outros dias, até meia-noite. O San Miguel está bem ao lado da Plaza Mayor, uma das mais famosas da cidade. Também é pertinho da Plaza do Sol, super centro.
Mas, para chegar no hotel, girei, girei, girei. E olha que ele estava bem em frente ao mercado. É que Madrid tem muitas ruazinhas minúsculas, bequinhos, que nem sempre estão nomeados em mapas. Então, se perder na Espanha é muito fácil, mas você sempre se acha depois de rodar por algumas ruas erradas.
É muito fácil se deslocar pela cidade. O metrô funciona tão bem quanto o de Londres, com a vantagem de custar só um euro por viagem.
Na noite, fui levada pelo amigo Marcos, jornalista brasileiro que está morando em Madrid, para um botellón com outros jornalistas latinos que fazem um curso na cidade. A explicar: botellón (ou botellona, em alguns lugares), é como o pessoal chama se reunir para beber cerveja na rua mesmo, comprada nos bares, em mercados ou pelos chineses vendedores ambulantes.
Dia seguinte foi de bater perna pela cidade e ir a dois dos mais importantes museus de Madrid. Primeiro, no Museu Del Prado, que abriga obras de famosos pintores (incluindo, claro, os espanhóis Picasso, Velázquez, Miró, Dali - adoro todos). O Prado é bem grande e pode te tomar algumas horas. A tarifa normal, que dá acesso só ao museu, não a coleções especiais, custa oito euros. Mas há horários em que a entrada é grátis (confira aqui). No Reina Sofia, museu de arte moderna, também tem esse mesmo esquema (confira aqui horários). Ou paga-se seis euros. Eu entrei de graça :). Na coleção do museu está o quadro Guernica, de Picasso, aquele famoso quadro, em preto e branco, sobre a Guerra Civil Espanhola. É um painel enorme e só por ele já vale a visita, mas o Reina Sofia tem ainda instalações e obras muito bacanas de artistas de todos os cantos do mundo. Inclusive, até 3 de outubro, o museu conta com exposição da brasileira Lygia Pape.
Falando em "museu", quem quiser experimentar o famoso presunto ibérico pode ir ao Museo Del Jamón, lancheria e restaurante baratinho com filiais em vários cantos de Madrid. Dá para pedir umas tapas e comer de pé no balcão ou almoçar a partir de 8,10 euros (isso já inclui dois pratos, bebida e sobremesa).
Depois de ir para Sevilha e Barcelona, voltei para Madrid no meu último dia de Espanha. Fui caminhar no Parque Del Retiro e visitei o Palácio Real. O palácio não é mais residência da família real, serve apenas para cerimônias oficiais e visitas turísticas. A entrada simples custa 10 euros e não se pode fotografar o interior. É aquela coisa de todo palácio: muitas salas com decoração neoclássica, rococó e tal, cheio de luxos, lustres e tapetes. A parte mais bacana, na minha opinião, é a Real Almería, onde estão guardadas armas de reis e príncipes. As armaduras são sensacionais, especialmente as do imperador Carlos V (pelos anos 1500). As deles e dos seus cavalos são ricamente decoradas, cheias de detalhes. Tem até uma armadura para cachorros de caça e armaduras para crianças de quatro anos ou sete anos (princípes, que usavam para aparições públicas). 
A capital da Espanha, definitivamente, é um lugar que merece ser visitado. 

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