Completo dois meses de Irlanda neste final de semana. O tempo voa aqui. Estou começando a me acostumar com o país. O sol tem ajudado muito. Hoje fez 21ºC, temperatura extraordinária para a Irlanda. Nos últimos dias, a mínima havia ficado em 5ºC e a máxima, em 15ºC. Enquanto todo o resto da Europa já usava chinelos e bermudas, aqui continuávamos de casaco e cachecol. Isso, porque, além da temperatura baixa, o vento é sempre forte e gelado. Hoje, quase não ventou. Deus olhou para esta ilha. O verão chegou (espero que para ficar. Embora que já vi que no domingo deve chover e voltar a ser frio).
Comecei a correr no calçadão às margens do Liffey River na semana passada. Antes, de casaco e cachecol. Hoje, de T-shirt e calça corsário. Isso é a felicidade. Tomar sol para não mofar (não só o corpo, também a alma). A vida parece mais fácil com o céu azul. Acordar, abrir a janela e ver o céu cinza dia após dia me faz depressiva.
Junte-se ao sol outras pequenas coisas: estou descobrindo ingredientes para preparar pratos com gosto similares aos do Brasil. Fiz uma massa à carbonara deliciosa ontem. Sim, porque uma coisa é ser turista e querer experimentar a comida do país (adoro provar o diferente). Outra é todo dia ter que cozinhar com produtos estranhos (mesmo coisas que existem no Brasil tem gosto diferente, adaptado ao paladar dos irlandeses).
Acho que já disse aqui: não conheço nenhum estrangeiro que viva em Dublin e diga que realmente goste da cidade, desde gente que está há quatro anos como quem só tem alguns meses. Não há lugar como aquele em que nascemos. E, sério, o Brasil é o melhor país do mundo. Tem problemas? Óbvio. Mas, o povo, a comida, o clima, as oportunidades, o modo de ser e encarar a vida sãos únicos e maravilhosos por aí.
Mesmo assim, já vislumbro que vou sentir saudades da Irlanda quando colocar os pés no aeroporto Salgado Filho (embora almeje por esse momento). Conviver com gente do Japão, da Coréia, da África, da Índia, mulheres de chador; correr tendo como cenário prédios de 400 anos; ir para Espanha ou para Paris como se fosse simplesmente viajar para uma cidade vizinha: esse tipo de coisa não terei no Brasil.
Já consigo olhar para Dublin e ver um lar. Repetindo uma uma frase que li na Guinness Storehouse "Home is not where you live but where they understand you" (Christian Morgenstern). Eu acrescentaria: lar é onde nos sentimos em paz conosco. E eu estou em paz agora.
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