sábado, 2 de julho de 2011

Gostos, cores, amores e sorvetes...



Amo sorvete. Estou sempre em busca do melhor sorvete do mundo (é sério isso). No Brasil, adorava ir em sorveterias artesanais. Aqui pela Europa, tento sempre provar nos países que visito. Na Espanha, tomei sorvete em todos os oito dias que fiquei lá. Cada dia num lugar. Ótimos! Estou esperando ansiosamente pelos da Itália.
Em Paris, o Berthillon é mto bom. Os da Amorino são uma graça. Em Londres, prove o The Icecreamists, no Covent Garden Market (foto).
Mas os da Irlanda... Horríveis! Na verdade, aqui, os irlandeses falam com orgulho do “irish ice cream”, mas eu acho o pior sorvete que já experimentei na vida. O tradicional deles é branco (não descobri se é de baunilha ou de quê, pq, para mim, não tem gosto de nada). A consistência é de um creme, de chantilly, de qualquer coisa, menos do que eu chamo de sorvete. Normalmente, eles colocam um canudinho de chocolate em cima (que também não tem mto gosto). E é isso.
A Kibon aqui se chama HB (aliás, em cada país, a Kibon tem um nome diferente. Não me pergunte pq... Achava tão mais fácil – até como estratégia de marketing – ter uma única marca). Mas os sorvetes não são todos os mesmos do Brasil, alguns, sim, outros, não. Mesmo os que são, como Cornetto, têm gosto muito diferente. Adaptados ao paladar irlandês (o tal do creme sem gosto).
Abriu uma sorveteria dita italiana na Grafton Street. Fui lá bem feliz. Não é aqueeeeele sorvete italiano, é melhor do que qualquer um que já tinha provado na Irlanda, mas também é “ao gosto irlandês”.
É assim é com tantos outros produtos (o que torna a arte de cozinhar um pouco mais difícil). Uma das únicas coisas que me parece igual é a maionese Hellman’s. Leite condensado, por exemplo, é artigo que não tem em todo mercado. Os que comprei para fazer bolo são da Nestlé (mas não chama Leite Moça. Ahah. Como curiosidade: o nome é Carnation), mas têm consistência diferente, mais líquida, e não são tão doces. Aliás, os sucos de caixinha daqui também não são tão doces (a maioria é horrível, não tem gosto de fruta de verdade).
É, as adaptações de marcas a cada país vão muito além de a loja da Disney em Dublin vender Mickeys e Minnies vestidos de leprechaus. Cada nação, além de seus próprios símbolos, tem seu próprio paladar. Lembro que, no final do ano passado, quando fiz uma matéria sobre espumantes na Serra gaúcha, uma das minhas fontes disse, para explicar o incrível aumento nas vendas de moscatel no Brasil: “é que brasileiro gosta de produtos bem doces”. Vejo agora que é verdade. A maioria das coisas no exterior parece não ter mto gosto para um brasileiro.
Ah, ainda sobre sorvetes: não tem buffet, como no Brasil. Você se servir, nem pensar! E os atendentes não pegam com uma conchinha para fazer bolinhas. Você escolhe o sabor e ele usa uma espátula, tanto para o copinho quanto para a casquinha.

3 comentários:

  1. Dai coração só na boa aí, sorvetinho e tal nos aqui morrendo de friuuuu!saudades de vc beijooo

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  2. Sim! Estou fugindo do frio do Brasil! Hehe.
    Bjos

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  3. a kibon é uma marca brasileira que foi comprada pela multinacional que tem o simbolozinho que você viu, na frança é miko por exemplo, o que eles fizeram foram comprar marcas de sorvete que já tinham nome e tradição em alguns países e misturar com marcas inventadas por eles. it's a hell of a marketing. ou você acha que uma multinacional ia criar um sorvete chamado chicabon? Chica-bon, essa Chica é ou não é aquela mãe preta que dá leite pros filhos da sinhazinha? Experimente sorvete de baunilha de qualidade com um azeite de oliva decente e sal marinho daqueles que custam os olhos da cara.

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