terça-feira, 26 de julho de 2011

Edimburgo, na Escócia, uma cidade super charmosa

Apesar de não ser um destino super badalado, a Escócia definitivamente é um país que merece ser visitado. Edimburgo é uma cidade encantadora, super charmosa. Acabei de voltar de lá. Para mim, é a capital no Reino Unido com uma cara mais própria. Única, sabe? Pq acho Londres, Belfast e mesmo Dublin (que ainda tem mto de UK) bem parecidas. O sotaque de Edimburgo não é difícil de entender (embora que digam que no interior do país, a coisa complica). Atenção à pronúncia: ninguém fala "Edinburgh" na cidade. Todos dizem: Edinbvrgh (algo como "Edinbvrah").
A cidade encanta pq, ao contrário da maioria dos lugares da Europa, plainos, Edimburgo tem morros e montanhas. Isso porque havia um vulcão ali há mais de 340 milhões de anos, que entrou em erupção e formou as rochas onde hoje estão algumas das atrações mais conhecidas e as melhores vistas da cidade. É mto bacana caminhar pelo Centro, olhar para o lado e ver um monte com um castelo em cima.
Comecei o tour pelo Edinburgh Castle. A entrada custa 15 libras (sim, estamos no Reino Unido) e não tem desconto para estudantes. Mas vale a pena. O castelo é enorme e a vista, linda. Construído no topo do vulcão inativo, ainda hoje algumas das edificações são utlizadas pelo exército como quartel pela posição estratégica (de lá se vê o estuário de Forth, um braço do mar que banha Edimburgo). Entre as atrações do castelo estão as jóias da Coroa, espada, cetro e coroa, datados entre séculos 15 e 16, além da Pedra do Destino. A história da pedra (que é só isso mesmo, uma pedra retangular) é a seguinte: os antigos acreditavam que ela tinha servido de travesseiro para Jacó (o cara da Bíblia) e depois foi levada para o Egito por faraós. Desde 1057, a pedra é usada na cerimônia de coroação dos reis da Escócia. Em 1296, quando a Inglaterra invadiu a Escócia, os ingleses levaram a pedra para Londres. Lá ela continuou sendo usada, ficando abaixo do trono da coroação dos reis do Reino Unido. Em 1996, a rainha Elizabeth II decidiu devolvê-la para a Escócia, depois de 700 anos(!). A pedra foi então transportada da Abadia de Westminster para o castelo com a condição que será enviada de volta a Londres para futuras cerimônias de coroação (de Charles ou William, por exemplo).
Outra atração do castelo é o One O'Clock Gun. Desde 7 de junho de 1861, o canhão dispara com objetivo de ser um sinal sonoro para navios no porto de Leith. Afinal, naquela época, relógios não eram algo comum. Até hoje continua disparando (mas agora é um canhão moderno, com algo como "festim"). Todos os dias, de segunda a sábado, menos no Natal e na Sexta-feira Santa.
Outros pontos do castelo são a capela de St Margeret, o prédio mais antigo, dedicado à santa que morreu ali (Margeret, rainha da Escócia, foi canonizada por sua dedicação aos pobres). Além disso, tem museus do exército, da guarda real e de guerra (com nomes de todos escoceses que morreram nas duas guerras mundiais). Ah, tem tours de graça. Rapidinhos, dá para aprender o básico sobre a história do prédio e os guias são bem amáveis para responder dúvidas sobre o castelo ou sobre a Escócia.
Bem em frente ao castelo, está a esplanada, espécie de estádio, com arquibancadas, onde anualmente ocorre o Royal Edinburgh Military Tattoo, festival de bandas militares (com gaitas de foles, claro). Este ano será de 5 a 27 de agosto, quando mais de um milhão de turistas são esperados.
O Edinburgh Castle fica no início da Royal Mile. Nessa rua (que, na verdade, oficialmente tem outros nomes, dependendo da quadra) é onde estão as lojas para turistas e diversos museus e atrações. Vale o passeio pela via inteirinha, entrando nas lojas de whisky, onde se vendem garrafas, miniaturas e outros produtos (comprei uns docinhos chamados whisky fudge, uns caramelos feitos com a bebida, tri bons). Tbm tem dezenas de lojas que vendem peças em cashmer ou lã com a tradicional estampa tartan, aquele mesmo xadrez dos kilts. Dá para comprar cachecóis, casacos, luvas, boinas e, claro, kilts. Ou até um bichinho de pelúcia do Nessie, o monstro do Lago Ness (verde, com cachecol e boina tartan. Ahah). Na Royal Mile tbm ficam vários museus. E o melhor: todos têm entrada grátis! Eu fui no Museum of Childhood, museu da infância, com bonecas, carrinhos, ursinhos, trenzinhos, etc. Para voltar a ser criança (tem alguns brinquedos que dá para brincar. Óbvio que os adultos e adolescentes tbm não resistem. Eu brinquei com um Lego! Ahaha). Tbm dei uma passada no The People's History (museu com a história do povo, trabalho, lazer, saúde, de gente comum) e no Museum of Edimburgh (história da cidade). Lá no fim da Royal Mile fica o Parlamento Escocês, num prédio super moderno, e o Palace of Holyroodhouse, a residência oficial da rainha na Escócia. A entrada custa 10,50 libras (ou 9,50 para estudantes). Dá para ver algumas salas importantes, camas de reis do passado (incluindo da Mary, Queen of Scotland). Nos fundos, o visitante encontra as ruínas da Holyrood Abbey, uma abadia construída em 1128, e os jardins onde a rainha Elizabeth II oferece festas no verão. Se tiver fôlego, ol visitante também pode subir no Holyrood Park, montanha ao lado do palácio real.
Além da Royal Mile, outras ruas para se perder por Edimburgo são a Grassmarket, com vários pubs e lojinhas, e a Princes Street. Essa última é a principal da cidade. As lojas são aquela coisa normal, de Zara a HM, passando por Disney e Mc Donalds. Mas os jardins e a Galeria de Arte (de graça) valem muito a pena. Subindo a Princes Street (na direção contrária do aeroporto) se chega a Calton Hill, mais uma montanha fruto da erupção vulcânica. Lá estão vários monumentos e se tem uma vista incrível da cidade. O Nelson Monument funciona como uma ball-time. É uma torre com uma bola em cima, que é içada sempre à uma da tarde (mesmo horário do canhão). Isso porque o som do canhão poderia demorar para chegar até o porto, dependendo do vento, e atrasar os relógios. A bola é um sinal visual mais preciso.
Outro lugar interessante para visitar é o Greyfriars Kirk, igreja e cemitério. Além de ser a igreja mais antiga da reforma protestante da Escócia, o lugar guarda uma história especial. Você verá nas lojas da cidade vários produtos com a estampa de um cachorrinho. É o Bobby, um Skye Terrier que pertenceu a um escocês chamado John Gray. O homem morreu em 1858 e foi enterrado neste cemitério. O cãozinho descobriu sozinho o túmulo do dono e lá dormiu todas as noites até sua morte, em 1872, ou seja ,14 anos depois. É considerado um exemplo de lealdade e devoção. Tem até uma estátua em bronze em homenagem ao cachorro na Candlemaker Row. Em 1961, os estúdios Disney fizeram um filme sobre o cão chamado Greyfriars Bobby - The True Story of a Dog.
Com histórias de pessoas comuns, reis e até cachorros, a Escócia, definitivamente, é um lugar que merece ser visitado.


Mais dicas:
- O aeroporto fica a uns 30 minutos de ônibus do Centro. É servido pela Airlink, com ônibus a cada dez minutos até meia-noite (e com frequência menor durante madrugada). Custa 3,50 libras o single ou 6 libras o return. Mais fácil, impossível. É só parar na Waverley Bridge.
- Eu não fui, mas tem tours de um dia para o Lago Ness por volta de 35 libras.
- Outro ponto para visitação pode ser a Capela de Rosslyn, aquela que aparece no filme Código Da Vinci. A igreja, que tem símbolos bíblicos, pagãos e esotéricos, fica a umas seis milhas de Edimburgo.


Assista a parte inicial e o finalzinho (mas não estraga a história. Ahaha) do filme da Disney do Bobby (se quiser, dá para encontrá-lo inteiro no You Tube dividido em nove partes): http://www.youtube.com/watch?v=B29nA5GVvFE

Ou tem uma versão nova, feita no Reino Unido e lançada em 2006, chamada Aventures of Greyfriars Bobby (esse é o trailer, q resume bem a história, q é toda real mesmo. Nessa versão, o cachorro é branco. No filme da Disney, é cinza. Na igreja e no museu de Edimburgo tem um quadro e fotos - PB, claro - com o cachorro. pelo jeito, ele era escuro mesmo. ahah): http://www.youtube.com/watch?v=Jm95Ps6Song

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