sábado, 26 de fevereiro de 2011

English classes

Uma das perguntas que mais ouço ultimamente: você fala bem inglês? A resposta: não. Eu entendo consideravelmente o que leio, mas na hora de falar ou ouvir a coisa complica. Eu terminei aqueles cursinhos de escola de inglês (fiz na Fisk), mas há dois estudava somente espanhol. Ou seja, as palavras em inglês me fogem, mesmo algumas bem básicas.
Estou fazendo aulas particulares há três semanas. A minha teacher (a Fernanda, uma querida!)  morou um tempo em Londres. A irmã dela foi para Irlanda agora em fevereiro e vai ficar lá por um ano (mas isso foi coincidência, só soube depois de tê-la contratado, por indicação de uma ex-professora).
Na primeira aula (conversação basicamente e algumas revisões de gramática), até que me animei. Eu lembrava de muitas coisas, sim. Mas agora, quanto mais eu estudo, mais me sinto burra e vejo o quanto ainda tenho que aprender. Às vezes, cansada, acho que nunca vou conseguir falar com fluência. Mas, tudo é uma questão de treino e persistência.
Ainda no ano passado, comecei a assistir filmes em inglês com a legenda em inglês (ainda não consigo entender tão bem sem esse apoio). Essa semana, comprei uma pilha de revistas Speak Up (para quem não conhece, é uma revista para estudantes brasileiros de inglês, com um cd de áudio c/ as reportagens) em um sebo (pelo preço de uma nova na banca, eu compro quatro). Ao ouvir o primeiro CD, me deu um desânimo. Bah, às vezes, não consigo entender frases inteiras se eu só escutar, sem acompanhar na revista. Mas vamos lá. Go on... 

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

O que é preciso para ir

Desde que contei que vou para a Europa, algumas pessoas me procuraram para perguntar #comofaz? Bom, primeira coisa: ter a vontade e a coragem. Quando se sabe que é a hora certa para partir? Só você pode dizer. Já ouvi de gente que se aventurou lá fora ou de psicólogos que nunca alguém vai estar preparado para uma experiência dessas. Então, não tenha medo de não “estar pronto”.
Sou novata no assunto, mas vamos lá com algumas dicas. O primeiro passo é visitar agências de intercâmbio. É legal ir em várias não só para orçar preços, mas para tirar dúvidas, fazer as mesmas perguntas em todas para poder comparar respostas e estar mais seguro. Procure na internet sobre intercâmbio, sobre regras de imigração, sobre a cultura do país (ou dos países) que você tem interesse.
Uma das dicas mais bacanas é conversar com gente que já foi. Se essa pessoa esteve (ou está) no país que você pretende ir, melhor. Mas vale também falar com qualquer pessoa que passou pela experiência de morar fora. Com as redes sociais, é fácil encontrar brasileiros perdidos no Exterior.
Sobre as regras de imigração, cada país tem as suas, mas vou falar um pouco daquelas da Irlanda. Você vai precisar:
- Fazer um seguro saúde internacional. Normalmente, estrangeiros não podem usar o serviço público de saúde do país. Ter um seguro saúde é uma das condições para obter o visto em qualquer lugar.
- Lugar para ficar, ao menos no primeiro mês. Pode ser hotel, casa de família ou albergue estudantil. Muita gente opta por pegar acomodação em casa de família no primeiro mês e depois se virar, ir atrás de gente para dividir aluguel (essa é minha opção também). Nas casas de família, o contrato diz que você terá um quarto individual, café da manhã e jantar (almoço não está incluído).
- Passagens aéreas de volta (mesmo que você troque a data de retorno, mas é importante mostrar que você não tem intenção de ficar definitivamente no país).       
- Escola paga antes da partida. Se o seu visto for de estudante, obviamente vai precisar de uma escola de inglês, faculdade ou que for.
- Uma quantia em dinheiro para provar que você tem como se sustentar. Até agora, a Irlanda exigia 1 mil (cerca de R$ 2,3 mil). Mas, a partir do dia 1º de abril (ou seja, isso me atinge), serão 3 mil (ou R$ 6,9 mil). Essa grana deve ser depositada num banco irlandês e não pode ser usada até que saia sua permissão para ficar no país (uns 15 dias).
- O seu passaporte deve ter validade de um ano após a sua entrada no país, pelo menos.
Na Irlanda, o visto para estudantes é renovável por um período de até três anos, no máximo. A renovação está condicionada a sua presença na escola, que deve ser superior a 80%.
Essas regras, óbvio, variam de país para país. Em lugares onde é preciso agendar horários com consulados ou embaixadas no Brasil (agências de intercâmbio fazem isso ou indicam algum despachante que faça para facilitar sua vida, cobrando, claro, pelo serviço entre R$ 300 e R$ 500). Ah, o visto também tem uma taxa. Na Irlanda, fica em torno de 150 (mais ou menos R$ 345).
Sobre a grana: é interessante levar um cartão de crédito internacional (com um bom limite, já que as operadoras convertem a moeda local para dólar no dia da transação e depois esse valor é convertido para real no dia do pagamento). Outra opção interessante é o Visa Travel Money, um cartão de débito para viagens. Você “deposita” no cartão um valor em reais (que é convertido para euro ou dólar, dependendo do que você escolher). Você poderá usar o valor no cartão para gastos onde a bandeira Visa é aceita. Mas atenção: como é um cartão de débito, não pode ser usado para reservas em hotéis ou de passagens aéreas, por exemplo. 

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

A difícil arte de fazer a vida caber em uma mala


Uma das minha nóias: como vou arrumar a mala? Quando fui passar 15 dias na praia no RS em janeiro, levei uma mala estourando de cheia, um mochila enorme recheada de cremes, esmaltes e produtinhos de beleza e mais minha bolsa igualmente sem espaço para mais nada. Como então arrumar as malas para viver fora?
A maioria das companhias aéreas aceita duas bagagens de 32 quilos para viagens ao exterior, mais aquela de mão. Ok, mas como vou viver seis meses sem meus 40 esmaltes, 15 botas, 16 lenços, etc? Só com meus sapatos, eu já encheria uma mala! Ahaha. E não é frescura. Eu uso tudo, viu? Ok, ok, quase tudo.
Um dos meus truques para arrumar bagagem é primeiro separar tudo o quero. Depois, deixar metade disso para trás, ficando só com o realmente necessário. Roupas e sapatos, pretendo escolher os de cores neutras (mais facilmente combináveis).
Quero falar com algumas amigas que moraram fora para pegar umas dicas de como fazer a mala. Conheço meninos que passaram pela experiência também, mas com eles não adianta falar disso porque, para um homem, duas camisetas, um jeans e um par de tênis e está tudo resolvido.
Pretendo também fazer um teste, tentar arrumar as malas, como se fosse para valer para ver se cabe tudo ou se terei de comprar outras maiores. Depois conto aqui como foi.

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Medos e ilusões

Quando se passa por uma nova experiência é normal bater o medo. Quando decidi ir morar fora, na metade do ano passado, estava super segura do que estava fazendo. Os primeiros preparativos, no fim de 2010, foram bem tranqüilos. Agora, faltando dois meses, começou a dar um friozinho na barriga.
Lembro que quando entrevistei a psicóloga Andréa Sebben, especialista em migrações internacionais, para uma matéria sobre brasileiros expatriados a trabalho, ela me disse: “Todo mundo que vai (para fora do país) tem uma série de perdas e ganhos. Quando se parte, tu sabes o que estás perdendo, os amigos, o arroz e feijão, tua cidade, mas não sabe o que está ganhando. As perdas são instantâneas, do dia para a noite, mas o ganho é abstrato e vem com o tempo”. Sinto bem isso agora e já sofro com essa equação, perdas instantâneas e ganhos com o tempo.
Listo meus medos:
- Vou entender o que os irlandeses falam? Compreendo razoavelmente bem o inglês americano nos filmes e nas séries, mas o britânico já me complica. Filme irlandês eu nunca vi (alguém já viu? Ahaha). Aliás, o único irlandês que eu já ouvi falar foi o Bono Vox. Ele, eu entendo, mas que não conta, né? Não deve ter o mínimo sotaque de lá.
Já ouvi tanto gente dizendo que é bem tranqüilo entender o inglês da Irlanda quanto histórias de pessoas que foram para lá e não conseguiam se comunicar por causa do sotaque. Oh, God!
- Vou conseguir me localizar na cidade? Especialmente no primeiro dia. Vou chegar num domingo e na segunda de manhã terei aula.
- Com a crise econômica ainda pegando, será que vou conseguir emprego para me sustentar? Não pretendo ficar rica, mas viver só gastando não rola, definitivamente.
- Vou ter grana suficiente? Possivelmente, meu padrão de vida vai cair. Quando se tem 18 anos, isso não importa, mas quando se caminha para os 30, a pessoa começa a ficar chata. Não abro mão, de jeito nenhum, por exemplo, de fazer algum exercício físico regular. Há seis anos, eu nado duas vezes por semana. Gostaria muito de continuar nadando. Se for o caso, aceito fazer academia (que eu não gosto, mas não posso ficar tanto tempo parada).
- Vou suportar as saudades? Passarei meu aniversário longe dos amigos, da família, do Brasil.
- Vou conseguir voltar ao ritmo de trabalho e escrever textos para o jornal quando voltar, depois de ter ficado quase sete meses fora?
Bom, vou até parar por aqui minha lista para não ficar ainda mais agoniada. Ahaha.
As minhas nóias já estão se refletindo no meu dia-a-dia. Costumo dormir bem, mas, ultimamente, acordo no meio da noite e tenho sonhos estranhos em relação à viagem: perco o voo, chego no aeroporto e tem overbooking, e o mais frequente de todos: perco minhas lentes de contato na viagem e não consigo fazer novas (eu não enxergo nada sem elas).

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

Por que Dublin?

Sempre tive vontade de morar fora um tempo, mas não idealizava um país. Nunca sonhei em ir para Dublin. Já fiz aula de inglês e de espanhol. Embora eu tenha certa fascinação pela Espanha, achei melhor ir para um lugar de língua inglesa (já que o idioma é mais difícil de aprender).
Não vejo graça nos EUA, mas, na Europa, sim. Londres seria o destino mais comum. A cidade é uma capitais da moda no mundo, o que me atrai, mas a burocracia para entrar no país afasta. Para morar na Inglaterra por mais de seis meses, é necessário apresentar 800 libras mensais (se você ficar seis meses, vai dar algo como R$ 12,9 mil). Vai precisar de uma declaração do gerente do seu banco (traduzida para o inglês, óbvio) de que você já tinha essa grana na sua conta há mais de 30 dias. Isso, depois de já ter pago a escola e as passagens de ida e volta e mais o seguro saúde. Uma brincadeira de mais de R$ 30 mil (!!!). Ainda será preciso ir ao Rio de Janeiro ou a São Paulo encaminhar o visto (um custo a mais com essa viagem). Tudo isso para poder trabalhar legalmente 10 horas semanais (o que se faz com isso? trabalho de duas horas por dia existe?).
Para a Irlanda, o processo é mais simples. Não é necessário encaminhar visto por aqui (só passar pela imigração lá). Além disso, um estudante pode trabalhar 20 horas semanais (o dobro do que na Inglaterra). Há também a promessa de custo de vida menor do que em Londres (aliás, se você não abre mão da Inglaterra, é legal dar uma olhada em outras cidades como Cambridge ou Oxford. Além de perder menos tempo em deslocamentos internos (casa/escola ou trabalho), são mais baratas do que a capital. Mas isso depende das suas prioridades, óbvio). 
Well, tudo isso me fez escolher Dublin. Estou indo sem muita expectativa. É uma tática minha de auto-defesa para não me frustrar com as coisas. Estou procurando alguma informação, claro, mas nada de saber de cor tudo o que há por lá.
A Fernanda, minha ex-colega de segundo grau que estava em Dublin até o final do ano passado, e a Suelen, minha ex-teacher que também passou um tempo lá, fizeram a maior propaganda da cidade. A Suelen, um dia depois de eu contar para ela sobre a minha viagem, já apareceu com um mapa de Dublin para me presentear (uma fofa!). Diz ela que Dublin é acolhedora, pequena (1,6 milhão habitantes na área metropolitana e 500 mil – quase Caxias do Sul (!!!) – se considerar só a cidade), mas que tem absolutamente tudo o que se espera de uma metrópole. Pelo mapa turístico que ela me deu, dá para perceber que há muita coisa à minha espera.

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

Introducing myself

Vamos fazer as coisas pelo lado formal… Meu nome é Kelly Isis Pelisser, sou jornalista, tenho 27 anos, moro em Caxias do Sul (RS). Bom, estamos apresentados, né? Então, vamos ao que interessa. Querendo colocar um pouco de caos na minha vida (comprar celular, procurar apto, lugar para almoçar, emprego, enfim), decidi morar fora um tempo. Dia 9 de abril de 2011, embarco para Dublin, Irlanda.
Minha meta é aprender a falar inglês com fluência (conseguir entrevistar alguém de verdade em inglês, sabe? Só usei inglês na minha profissão até agora para falar com pessoas de países de língua não-inglesa, ou seja, estávamos empatados). Claro, também tem aquela coisa de sonho pequeno-burguês de morar fora e tal, conhecer a Europa.
Como odeio inverno e frio (eu preciso de sol para ser feliz), escolhi ir em abril (quase primavera no hemisfério norte) para não ficar tão deprê. Ou seja, ganhei um verão a mais na vida (!!!). Embora que a estação na Irlanda (22°C é o calor máximo, pelo que me falaram) não é exatamente o que alguém espera de um verão... Mas deixa eu ser feliz, tá?
Well, vamos ver o que a Irlanda tem, além dos leprechauns, do U2 e da Guinness… Ahaha. E vou dividir essa experiência com vocês. Espero que gostem.