Desde que contei que vou para a Europa, algumas pessoas me procuraram para perguntar #comofaz? Bom, primeira coisa: ter a vontade e a coragem. Quando se sabe que é a hora certa para partir? Só você pode dizer. Já ouvi de gente que se aventurou lá fora ou de psicólogos que nunca alguém vai estar preparado para uma experiência dessas. Então, não tenha medo de não “estar pronto”. Sou novata no assunto, mas vamos lá com algumas dicas. O primeiro passo é visitar agências de intercâmbio. É legal ir em várias não só para orçar preços, mas para tirar dúvidas, fazer as mesmas perguntas em todas para poder comparar respostas e estar mais seguro. Procure na internet sobre intercâmbio, sobre regras de imigração, sobre a cultura do país (ou dos países) que você tem interesse.
Uma das dicas mais bacanas é conversar com gente que já foi. Se essa pessoa esteve (ou está) no país que você pretende ir, melhor. Mas vale também falar com qualquer pessoa que passou pela experiência de morar fora. Com as redes sociais, é fácil encontrar brasileiros perdidos no Exterior.
Sobre as regras de imigração, cada país tem as suas, mas vou falar um pouco daquelas da Irlanda. Você vai precisar:
- Fazer um seguro saúde internacional. Normalmente, estrangeiros não podem usar o serviço público de saúde do país. Ter um seguro saúde é uma das condições para obter o visto em qualquer lugar.
- Lugar para ficar, ao menos no primeiro mês. Pode ser hotel, casa de família ou albergue estudantil. Muita gente opta por pegar acomodação em casa de família no primeiro mês e depois se virar, ir atrás de gente para dividir aluguel (essa é minha opção também). Nas casas de família, o contrato diz que você terá um quarto individual, café da manhã e jantar (almoço não está incluído).
- Passagens aéreas de volta (mesmo que você troque a data de retorno, mas é importante mostrar que você não tem intenção de ficar definitivamente no país).
- Escola paga antes da partida. Se o seu visto for de estudante, obviamente vai precisar de uma escola de inglês, faculdade ou que for.
- Uma quantia em dinheiro para provar que você tem como se sustentar. Até agora, a Irlanda exigia €1 mil (cerca de R$ 2,3 mil). Mas, a partir do dia 1º de abril (ou seja, isso me atinge), serão € 3 mil (ou R$ 6,9 mil). Essa grana deve ser depositada num banco irlandês e não pode ser usada até que saia sua permissão para ficar no país (uns 15 dias).
- O seu passaporte deve ter validade de um ano após a sua entrada no país, pelo menos.
Na Irlanda, o visto para estudantes é renovável por um período de até três anos, no máximo. A renovação está condicionada a sua presença na escola, que deve ser superior a 80%.
Essas regras, óbvio, variam de país para país. Em lugares onde é preciso agendar horários com consulados ou embaixadas no Brasil (agências de intercâmbio fazem isso ou indicam algum despachante que faça para facilitar sua vida, cobrando, claro, pelo serviço entre R$ 300 e R$ 500). Ah, o visto também tem uma taxa. Na Irlanda, fica em torno de €150 (mais ou menos R$ 345).
Sobre a grana: é interessante levar um cartão de crédito internacional (com um bom limite, já que as operadoras convertem a moeda local para dólar no dia da transação e depois esse valor é convertido para real no dia do pagamento). Outra opção interessante é o Visa Travel Money, um cartão de débito para viagens. Você “deposita” no cartão um valor em reais (que é convertido para euro ou dólar, dependendo do que você escolher). Você poderá usar o valor no cartão para gastos onde a bandeira Visa é aceita. Mas atenção: como é um cartão de débito, não pode ser usado para reservas em hotéis ou de passagens aéreas, por exemplo.