Batatas. A falta delas matou, pelo menos, um milhão e meio de irlandeses em duas diferentes épocas. Esse monumento aí da foto fica na beira do rio Liffey, na Custom House Quay, e lembra o segundo período da grande fome. O Famine Memorial traz as estátuas de pessoas e um cachorro famintos, retirantes.
Bom, mas, vamos explicar melhor essa história de batatas: o vegetal foi trazido para a Irlanda no século 16 e se adaptou muito bem ao país, que tem poucas terras e um solo pobre. Logo, a batata se tornou a principal fonte de alimentação dos irlandeses. Os muito pobres tinham uma dieta baseada quase que exclusivamente nesse legume.
No inverno de 1740, uma grande geada destruiu praticamente toda a plantação de batatas. Cerca de 500 mil pessoas morreram, o que representava um quinto da população à época.
Na metade do século 19, a Grande Fome varreu o país. Esse é considerado um dos acontecimentos mais marcantes da história moderna irlandesa. Em 1845, a Irlanda contava com oito milhões de habitantes, desses, cerca de três milhões comiam apenas batatas. Em 1846, uma praga conhecida como ferrugem devastou as lavouras do legume em diversas partes do país. No ano seguinte, as plantações inteiras da ilha foram arruinadas. As pessoas começaram morrer às centenas. Com tantos cadávares pelas ruas, veio a cólera. Ou se morria de fome, ou da doença. Um milhão de irlandeses morreram, outro um milhão deixaram o país, fugindo da desgraça. A maioria migrou para os EUA. Mas a viagem nos "navios-caixões", como eram apelidados, nem sempre era das mais agradáveis. Muitos morreram no caminho e foram lançados ao mar.
A Irlanda só começou a ser reconstruída a partir de 1850, quando a ferrugem não voltou às plantações. Mas, o decréscimo populacional nunca foi recuperado.
Até hoje, a batata é o acompanhamento principal das refeições irlandesas (assim como o arroz é no Brasil).
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